Em um ataque-surpresa maciço por terra, mar e ar sem precedentes nas últimas décadas, Israel sofreu neste sábado, desde as primeiras horas da manhã, uma ofensiva coordenada em larga escala com uma chuva de mais de 2.500 foguetes e invasão por centenas de combatentes palestinos que deixou o país em choque com ao menos 232 mortos e mil feridos, levando as autoridades a declararem estado de guerra e emergência nacional, com a convocação de reservistas.
Em resposta, Israel lançou bombardeios pesados em Gaza, deixando ao menos 200 mortos e mais de 1.600 feridos, segundo fontes palestinas.
Desencadeada a partir da Faixa de Gaza pelo movimento palestino Hamas, que controla o território, a onda de ataques levou o terror a mais de 20 cidades e localidades no sul e no centro de Israel — incluindo Jerusalém e Tel Aviv — atingidas pelos foguetes ou invadidas por combatentes que abriram fogo contra prédios das forças de segurança, atiraram em carros nas estradas e capturaram um número ainda indefinido de civis e militares como reféns.
Além do gaúcho Ranani Glazer, que está desaparecido, pelo outros três brasileiros estavam no sul de Israel no momento em que o país foi atacado.
A ofensiva, batizada pelos palestino de "Operação Dilúvio de al-Aqsa", começou às 6h30 com os disparos de foguetes, lançados de vários locais de Gaza. Em seguida, começaram os ataques de entre 200 e 300 combatentes palestinos infiltrados em Israel a diversas localidades próximas ao território.
Abu Obeida, porta-voz da ala armada do Hamas, afirmou que o grupo terrorista havia escondido “dezenas de reféns” em “lugares seguros e túneis de resistência”. Um porta-voz das Forças Armadas israelenses confirmou que vários civis e soldados foram mantidos reféns em casa, como na cidade de Ofakim, ou levados para o território palestino.
O Magen David Adom, a Cruz Vermelha de Israel, afirma que teve duas de suas ambulâncias capturadas e ao menos um médico assassinado, de acordo com o jornal Times of Israel. Vídeos divulgados nas redes sociais mostraram corpos de diversas pessoas vestidas com uniformes militares, além de motoristas e passageiros mortos em uma rodovia. A polícia pediu que a população ficasse em casa ou nos bunkers antiaéreos.
O Hamas divulgou um comunicado após o início dos ataques. Israel mantém um duro bloqueio contra a Faixa de Gaza desde que o Hamas assumiu o poder em 2007. Desde então, ocorreram vários conflitos entre militantes palestinos e Israel.
“Decidimos pôr fim a todos os crimes da ocupação [israelense], o seu tempo de violência sem responsabilização acabou”, declarou o grupo. “Anunciamos a Operação Dilúvio de al-Aqsa e disparamos, no primeiro ataque de 20 minutos, mais de 5 mil foguetes.”
Em mensagem divulgada em redes sociais, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o país está em guerra contra o Hamas, classificou o ataque surpresa como "criminoso" e anunciou ter ordenado "uma ampla mobilização" de reservistas.
— Estamos em guerra e vamos vencer. O inimigo pagará um preço que nunca conheceu — disse Netanyahu em mensagem de vídeo.
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